“Engana-me que eu gosto”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 1)
O governo, que não cumpre a lei atual, é alçado
à condição de herói ao prometer que a cumprirá mediante a aprovação de uma nova
lei que, pela ausência de previsão de regulamentações em seu projeto de
estatuto, continua mostrando-se disposto a não cumprir.
“Submeter-se ao
projeto de estatuto do governo porque o atual ‘não funciona’”...
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 2)
Não é o estatuto atual que não funciona
simplesmente assim: é que o governo não o cumpre! Se cumprisse, estaria em
funcionamento. Mas o governo q não cumpre o estatuto atual apresenta a solução
para os nossos problemas: aprovar uma nova lei - que desmantela a educação e
prejudica trabalhadores - prometendo que (desta vez?) começará a cumprir... Q
lógica estranha...
“Oras, o que é uma
falta injustificada?...”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 3)
Uma única falta injustificada. Nada mais que
isso. Uma única falta injustificada prejudicará a carreira toda, pois impossibilitará
o profissional de chegar ao topo achatado da carreira, mesmo após trinta anos
de serviço. Não há nada de errado com esse critério... Para quem conta com as
previsões de Nostradamus e tem a certeza de que em tinta anos jamais terá uma
falta injustificada... Ahhh, sim! Mas a falta pode ser justificada junto ao Rh!
E quem decide se a falta será justiçada ou não? O patrão!
“Pela proposta do
governo, falta injustificada é...”
O que
é uma falta injustificada? Uma falta injustificada é, na proposta do governo, o
castigo irrevogável para o profissional que, por mais cursos de aperfeiçoamento
e formações que venha a fazer ao longo da vida, jamais conseguirá alcançar o
topo achatado da carreira. Pelo conjunto da obra, a proposta do governo é muito
pior do que o estatuto atual. Há que se pensar não apenas em ganhos imediatos!
Ganhos estes que não serão para todos, como falsamente estão alardeando. Para a maioria dos profissionais - e
entre estes a grande maioria dos professores, significará trocar seis por meia
dúzia, e ganhar de graça um cabresto e ainda mais responsabilidades e serviços!
Precisamos pensar para além dos ganhos imediatos de um ou outro segmento.
Precisamos colocar na balança o que representa para a educação e para o
conjunto dos trabalhadores essa proposta reapresentada. E não há duvidas de que
as perdas e os retrocessos superam de longe os supostos benefícios.
“Uma proposta que não
seria ‘tão horrível assim’”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 4)
Buscando
convencer os trabalhadores de votarem favoravelmente à proposta do governo (já rejeitada
dezenas de vezes), alguém anda dizendo que "a proposta da administração
não é TÃO horrível assim". O que estará por trás desse argumento raso e ao
mesmo tempo revelador?... Mistério? Nem um pouco! Mas nos limitemos ao que está
explícito: "não é TÃO horrível". Pois bem: não ser "tão horrível" não a torna uma boa proposta! Talvez
a proposta do governo não seja imediatamente “tão horrível” para algum segmento
específico, mas o fato é que é horrível
para a educação e para todos os trabalhadores sem eu conjunto, sem distinção. Desta
forma, precisamos continuar rejeitando-a. Não podemos deixar que interesses
particulares imediatistas sejam colocados acima dos interesses coletivos e da
qualidade da educação.
“Seis por meia
dúzia...”
(Ou: “Perdoa-me por
te traíres”)
Com
o fim da GLE e do abono assiduidade, a proposta do governo continua significando
para a maioria dos trabalhadores trocar seis por meia dúzia. Alguns poderão ter
até mesmo perdas! Passando os efeitos do canto de sereia, restará o afogamento nos
ganhos líquidos. Até porque não é todo mundo que tem progressão atrasada para
receber... Será
um susto... Dirão que foram enganadas. E foram. Mas terão sido porque se
deixaram.
P.s:
Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular
desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se
identificar com seu raptor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. Pode ser também chamado assim uma serie de doenças
psicológicas aleatórias.
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