quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Síndrome de Estocolmo


 “Engana-me que eu gosto”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 1)

O governo, que não cumpre a lei atual, é alçado à condição de herói ao prometer que a cumprirá mediante a aprovação de uma nova lei que, pela ausência de previsão de regulamentações em seu projeto de estatuto, continua mostrando-se disposto a não cumprir.

“Submeter-se ao projeto de estatuto do governo porque o atual ‘não funciona’”...
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 2)


Não é o estatuto atual que não funciona simplesmente assim: é que o governo não o cumpre! Se cumprisse, estaria em funcionamento. Mas o governo q não cumpre o estatuto atual apresenta a solução para os nossos problemas: aprovar uma nova lei - que desmantela a educação e prejudica trabalhadores - prometendo que (desta vez?) começará a cumprir... Q lógica estranha...

Oras, o que é uma falta injustificada?...”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 3)

Uma única falta injustificada. Nada mais que isso. Uma única falta injustificada prejudicará a carreira toda, pois impossibilitará o profissional de chegar ao topo achatado da carreira, mesmo após trinta anos de serviço. Não há nada de errado com esse critério... Para quem conta com as previsões de Nostradamus e tem a certeza de que em tinta anos jamais terá uma falta injustificada... Ahhh, sim! Mas a falta pode ser justificada junto ao Rh! E quem decide se a falta será justiçada ou não? O patrão!


Pela proposta do governo, falta injustificada é...”

O que é uma falta injustificada? Uma falta injustificada é, na proposta do governo, o castigo irrevogável para o profissional que, por mais cursos de aperfeiçoamento e formações que venha a fazer ao longo da vida, jamais conseguirá alcançar o topo achatado da carreira. Pelo conjunto da obra, a proposta do governo é muito pior do que o estatuto atual. Há que se pensar não apenas em ganhos imediatos! Ganhos estes que não serão para todos, como falsamente estão alardeando. Para a maioria dos profissionais - e entre estes a grande maioria dos professores, significará trocar seis por meia dúzia, e ganhar de graça um cabresto e ainda mais responsabilidades e serviços! Precisamos pensar para além dos ganhos imediatos de um ou outro segmento. Precisamos colocar na balança o que representa para a educação e para o conjunto dos trabalhadores essa proposta reapresentada. E não há duvidas de que as perdas e os retrocessos superam de longe os supostos benefícios.

Uma proposta que não seria ‘tão horrível assim’”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 4)

Buscando convencer os trabalhadores de votarem favoravelmente à proposta do governo (já rejeitada dezenas de vezes), alguém anda dizendo que "a proposta da administração não é TÃO horrível assim". O que estará por trás desse argumento raso e ao mesmo tempo revelador?... Mistério? Nem um pouco! Mas nos limitemos ao que está explícito: "não é TÃO horrível". Pois bem: não ser "tão horrível" não a torna uma boa proposta! Talvez a proposta do governo não seja imediatamente “tão horrível” para algum segmento específico, mas o fato é que é horrível para a educação e para todos os trabalhadores sem eu conjunto, sem distinção. Desta forma, precisamos continuar rejeitando-a. Não podemos deixar que interesses particulares imediatistas sejam colocados acima dos interesses coletivos e da qualidade da educação.

Seis por meia dúzia...”
(Ou: “Perdoa-me por te traíres”)

Com o fim da GLE e do abono assiduidade, a proposta do governo continua significando para a maioria dos trabalhadores trocar seis por meia dúzia. Alguns poderão ter até mesmo perdas! Passando os efeitos do canto de sereia, restará o afogamento nos ganhos líquidos. Até porque não é todo mundo que tem progressão atrasada para receber... Será um susto... Dirão que foram enganadas. E foram. Mas terão sido porque se deixaram.


P.s: Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu raptor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. Pode ser também chamado assim uma serie de doenças psicológicas aleatórias.

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