terça-feira, 26 de novembro de 2013

Reflexões críticas sobre os argumentos governistas (entre aspas) para aprovação do seu projeto


"Busca garantir um ensino de alto padrão" - a extinção de cargos da Equipe de Orientação Técnica (Psicólogos, Fonoaudiólogos, Assistentes sociais etc) e dos professores de Educação Especial deixará os alunos sem a rede de apoio à inclusão. Os professores de Educação Especial são formados em cursos específicos com mais de 600 horas, e a SE pretende oferecer o apoio à inclusão a professores generalistas, sem formação específica, que não tem conhecimentos profundos das necessidades especiais. Com isso, os professores em sala ficarão sem os apoios necessários, e a qualidade do ensino estará comprometida.

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"Equiparação salarial dos substitutos": mesmo com a equiparação agora, em menos de dois anos ocorrerá distorção novamente dos salários de professores substitutos e professores estatutários (porque os professores estatutários possuem um adicional chamado senhoridade  - previsto no estatuto do funcionalismo público -, mecanismo que concede acréscimo de 2% a cada dois anos aos estatutários. 

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"A proposta valoriza todos os profissionais da Educação" - não são todos os profissionais atuantes nas escolas que estão na proposta do governo - os auxiliares de limpeza, cuja resolução CNE?MEC nº05/2010 também recomenda as suas inclusões enquanto profissionais da educação - estão excluídos da proposta; o pessoal do apoio operacional e outros do apoio administrativo são colocados na proposta do governo e automaticamente postos também em extinção (a proposta elaborada pelos trabalhadores visa ampliar os cargos dos profissionais do apoio para garantir condições dignas de atendimento nas escolas, e a extinção vai na contramão das necessidades educativas!). Além disso, os critérios de evolução funcional dos planos de carreiras são impraticáveis, injustos e assediosos (uma falta injustificada perde o direito a evolução, e a quantidade de níveis de evolução dos funcionários e os percentuais de evolução são bem inferiores ao magistério).
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"Reconhecimento e valorização do CP por meio de remuneração justa" - a reivindicação dos CPs tem sido pela equiparação do salário dos diretores (atualmente, vice-diretor e diretor recebem o mesmo salário; embora os CPs constituem junto com estes a equipe gestora, recebem menos que estes; a proposta do governo – e infelizmente a proposta do Congresso também – não corrige esta distorção, embora para os CPs de fato haverá aumento real). O cargo de CP foi uma conquista da categoria, na gestão de Admir Ferro à frente da SE, e o primeiro e único concurso foi realizado pela gestão Marinho, em 2009. O reconhecimento da importância do cargo pelo governo Marinho se traduz na extinção deste cargo.

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"Todo professor terá oportunidade de chegar à direção, à coordenação, à orientação por meio de concurso interno que garantirá a isonomia entre os concorrentes" - a proposta do governo não é concurso interno, é seleção. Neste sentido, a afirmação do governo é extremamente errada. Pelo sua proposta, o professor passará por seleção interna realizada por “empresa de renome” (terceirizada), apresentando um projeto; será validado a cada ano pelo Conselho de Escola, pela equipe escolar e pela SE. No entanto, um dos artigos estabelece que a critério da SE, caso o professor não esteja de acordo com os projetos (subjetivo demais essa afirmação) da Secretaria, sua função gratificada poderá ser interrompida a qualquer tempo (é esse mecanismo que denunciamos como partidarização das escolas, porque os professores ficarão à mercê dos projetos partidários dos governos do momento). Além disso, a valorização do professor segue uma lógica perversa: para que ele receba melhor, deverá afastar-se da sala de aula. Seu afastamento ocasionará a necessidade de colocar substituto em seu lugar, o que poderá aumentar a rotatividade de professores em uma mesma sala, prejudicando a qualidade do ensino. 

Em 2009, o governo afirmava que acabaria com os programas educacionais porque o excesso de funções gratificadas afasta o professor da sala de aula e prejudica a qualidade do ensino. Agora, ele pretende fazer a operação inversa.

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"Incentivo e valorização do processo formativo e o reconhecimento do professor em sala de aula" - sobre tal reconhecimento, vimos acima que não é bem assim, já que para ser melhor remunerado o professor deverá se submeter à função gratificada, afastando-se da sala de aula. A formação é de fato, no projeto do governo, a única forma de evolução, no entanto, os critérios de evolução são absurdamente impraticáveis, o que poderá levar os professores e demais profissionais ao extremo do estresse, pois para evoluir terão de fazer cursos e mais cursos e mais cursos constantemente, mesmo trabalhando em dois períodos, e correndo o risco de não alcançar a pontuação necessária; os cursos a serem apresentados terão prazo de validade, o que poderá acarretar de o profissional fazer dezenas de cursos e mesmo assim não conseguir evoluir (sem contar que se durante o período tiver apenas uma única falta injustificada perderá o direito à evolução, mesmo que alcance a pontuação necessária para evoluir). Outra coisa, o atual estatuto (Lei 5820) pontua tempo de efetivo exercício, numa concepção de que experiência é acúmulo de conhecimento e tem impacto na qualidade do trabalho. O projeto do governo não pontua - tanto faz ter um dia como ter 30 anos...

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"10%de aumento" - em substituição à Gratificação por Local de Exercício, Gratificação por Quantidade de Criança e Abono-assiduidade. Para muitos profissionais, o fim das gratificações e abonos, mesmo com 10% de aumento, acarretará em rebaixamento da renda líquida.

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Os professore substitutos, na proposta do governo, terão plano de carreira, mas o tempo de trabalho anterior (alguns com cerca de dez anos já trabalhados) não será considerado, e passarão a fazer jus à evolução somente após três anos do aceite do plano de carreira, o que quer dizer que poderão levar seis anos para começar a evoluir, e não evoluirão imediatamente conforme anuncia o governo.

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O governo anuncia verbalmente que em troca da provação do seu projeto de estatuto cumprirá o pagamento das progressões devidas na lei atual, que ele não pagou. Isso quer dizer que anuncia que só vai cumprir a lei atual depois de revogá-la. No entanto, não há garantia alguma de que isso aconteça, porque não há documento algum assinado pelo governo dando estas garantias. Essa promessa é um chamariz que tem atraído alguns educadores, mas não há nada concreto e assinado.

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“Todos os direitos estão garantidos até a aposentadoria ” - após a aposentadoria haverá perdas concretas para diretores, CPs e orientadores, que passarão a ter suas evoluções remuneratórias calculadas com base no salário de professor, e não de seus cargos, o que acarretará perdas remuneratórias na aposentadoria).

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“Não haverá perdas de direitos adquiridos” (1) – os professores que assumirem função gratificada, além de correrem o risco de posteriormente terem de exonerar em uma das matrículas (caso tenha duas), a matrícula afastada permanecerá congelada para fins de evolução e aposentadoria. Mesmo assumindo a gestão por até 8 anos, a remuneração na aposentadoria do professor não considerará os anos que eventualmente atuou na gestão.

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“Não haverá perdas de direitos adquiridos” (2) –já vimos que o direito a evolução baseada no tempo de efetivo exercício está sendo tirado, assim como o direito às gratificações e abonos também estão sendo excluídos. Porém, outro direito adquirido que está sendo retirado dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores de educação especial é o direito à remoção (processo de movimentação que ocorre a cada dois anos e que possibilita que o profissional opte em trabalhar em outra unidade escolar): com a aprovação do projeto do governo, somente ocorrerão mais dois processo de remoção (2014 e 2016) para diretor e CP. Após isso, este direito será extinto, e estes profissionais deverão permanecer até o fim de sua carreira nas unidades em que estiverem.

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Dito isso tudo, perguntamos: é um projeto bom para quê e para quem? Para a educação e para os trabalhadores é que não!

Uso indevido do abaixo-assinado. Sem palavras (a imagem basta)!


domingo, 24 de novembro de 2013

Informes sobre a Ocupação da Câmara de SBC

Hoje os trabalhadores da Educação do Município de São Bernardo do Campo ocuparam o plenário da Câmara Municipal... E lá estarão acampados até o dia de amanhã (a principio)...
O motivo é que simplesmente o Governo quer aprovar um Projeto de Lei que destrói a Educação do Município,  e este Projeto já foi rejeitado pelo menos 06 (seis) vezes pelos trabalhadores da Educação desde 2010, que nos últimos 3 anos discutiram em diferentes fóruns o atual projeto(que está em vigor) e após a realização do   I Congresso dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação de S.B.Campo, apresentou uma Proposta construída e reformulada por este coletivo, não satisfeito o Governo apresentou sua Contraproposta, a qual como dito acima rejeitamos 06 (seis) vezes,  através de Assembleias legitimas ou  mesmo através de consulta que inclusive foi realizada pela própria Secretaria da Educação (que tem como liderança a Sra. Secretária Cleusa Repulho)  que na ocasião disponibilizou urnas em diferentes pontos da cidade e teve como resposta dos trabalhadores: NÃO a contraproposta apresentada pelo Governo.
O atual Governo já iniciou a Terceirização de alguns cargos e na Contraproposta que eles apresentam querem  extinguir cargos concursados como Diretor Escolar, Coordenador Pedagógico e Orientador Pedagógico.
A intenção do Governo é que para estes cargos exista um processo de seleção interna, tendo como base os cargos de professores, que teriam aí como única forma de ascender em suas carreiras a submissão a um processo de seleção interna que ocorreria através de contratação de empresa “renomada”, e acatamento às políticas do governo municipal, assim  as escolas perdem drasticamente a sua autonomia,  já conquistada através dos Cargos acessados por Concurso Público e que hoje são livres de “QI” – “Quem Indica; a contraproposta do Governo é deixar os trabalhadores da base a mercê do governo de plantão e da ocasião...
Além destes cargos acima mencionados colocam também toda Equipe Técnica Educacional (formada por Psicólogos, Fonoaudiólogos, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas etc atuantes na Educação) na mesma situação, ou seja, a proposta é que também sejam extintos ficando na vacância... O paradoxo desta proposta é que a deputada estadual Ana do Carmo, do PT, teve um projeto recentemente vetado pelo Governador Alckiminde criação de Cargos de Psicólogo, Assistente Social etc nas escolas estaduais. Ainda mais contraditório é o fato de que no primeiro semestre de 2013, a Câmara Municipal de SBC aprovou uma moção de apoio ao projeto de criação da Equipe de Orientação Técnica nas escolas estaduais, e no município - onde já existe - querem acabar!
Os profissionais da EOT auxiliam no dia a dia das escolas com orientações e encaminhamentos específicos e que às vezes precisam ser extraescolares, mas que se iniciam a partir do apoio e observação destes profissionais que atuam em parceria com professores e gestores das escolas...    
 Também este Governo quer tirar das escolas, colocando em extinção o Cargo de “Professor de Educação Especial” (estes são especialistas que focaram e dedicaram a sua formação de professor em alguma deficiência especifica, por exemplo: deficiência visual, deficiência auditiva etc)...
Estes são profissionais que aprofundaram seus conhecimentos em uma ou mais deficiência especifica o que garante hoje o mínimo de inclusão nas escolas, quando por exemplo temos em sala de aula uma criança que é surda/cega ou um caso de paralisia cerebral grave são estas pessoas que nos ajudam a ensinar a criança dentro de suas possibilidades (o que não é tarefa simples no dia a dia), mas o Governo com sua contraproposta, aposta em um profissional generalista para ocupar estes cargos.
Enfim, a Educação de São Bernardo do Campo/SP, que por vezes foi referência quanto as suas Propostas e Estruturas Educativas para outros Municípios, está sendo sucateada e vendida ...
Hoje na sessão da Câmara do Município- “Plenário Tereza Delta” localizado no Paço Municipal da Cidade, estiveram e estão  presentes alguns dos trabalhadores que contribuíram para construção da proposta finalizada no Congresso, estão lá denunciado o desrespeito ao processo democrático e a falta de ética deste Governo que ligou para escolas chamando apoio para um Abaixo Assinado que pedia nova votação após 06 (seis) rejeições dos trabalhadores e  ainda mandou seus funcionários comissionados comparecerem hoje ao plenário para fazer volume e gritar “Sim”, afinal são estes o apoio do atual Governo de plantão, que defende só o que patrão manda e esquece suas bases.
Enfim, mais uma vez os trabalhadores reivindicam por uma Educação de Qualidade, lutam sim e também pelo aumento salarial e pelos pagamentos de todas suas progressões não pagas por outros e por este Governo, mas não nos venderemos e nem destruiremos nossas carreiras muito menos deixaremos a Educação de São Bernardo afundar sem ao menos dizer para seus munícipes e para o Brasil o que está acontecendo...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

DENÚNCIA NA EDUCAÇÃO!

Acabamos de receber a seguinte denúncia, por e-mail:

"Olá

Fiquei sabendo ontem à noite que a Secretaria de Educação chamou/convocou o pessoal do Tempo de Escola para ir na votação da Câmara amanhã. Vc já devem saber, mas achei importante avisar, apesar de que a pessoa do programa que me contou ter pedido sigilo, pois ela tem medo de represália. Eles estão juntando pessoal que nada tem haver com o estatuto para aumentar o número de pessoas a favor. Acredito tb que no abaixo-assinado feito pela SE tenha nomes de pessoas que não tem nada a ver com a votação. Não tem como checar?"

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Temos visto como o governo e seus marinheiros não medem esforços para impor o seu estatuto; esta será somente mais uma das tantas ações golpistas e autoritárias para concretizar o desmonte da educação pública municipal e acabar com os direitos dos trabalhadores! Não passarão!!!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

CARTA ABERTA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DOS TRABALHADORES

Colegas educadores trabalhadores da educação de São Bernardo do Campo (profissionais do magistério, do apoio educativo, do apoio administrativo, do apoio operacional, da equipe de orientação técnica),

Feito inédito na história da educação brasileira, a partir de 2010 até março de 2012, os trabalhadores da educação de São Bernardo do Campo construíram, de forma coletiva e democrática, uma proposta de Estatuto dos Profissionais da Educação comprometida com a qualidade do ensino público municipal que reconhece e valoriza TODOS os trabalhadores em educação, propõe um plano de carreira que contempla A TODOS, com salários dignos e com critérios de evolução justos e praticáveis; garante e amplia direitos já conquistados e benefícios previstos no atual estatuto; estabelece condições de trabalho e de apoio adequadas (como a criação de cargo de Professor Substituto concursado e de Auxiliar de Limpeza Escolar, entre outros, a manutenção e ampliação da Equipe de Orientação Técnica e do cargo de Professor de Educação Especial, além de estabelecer a obrigatoriedade de investimentos equitativos em todas as escolas). É uma proposta que se contrapõe à terceirização no serviço público e ao atrelamento partidário das escolas ao prever concurso público como forma de acesso para todos os cargos.

Acontece que o projeto construído pelos trabalhadores não interessa ao governo, que prefere aprofundar a terceirização no serviço público e pretende criar mecanismos que possibilitem o controle partidário das equipes gestoras e dos professores, com o estabelecimento de funções gratificadas para a direção, para a coordenação escolar e para programas educacionais. Trata-se de uma proposta que NÃO reconhece e NÃO valoriza todos os trabalhadores da educação, até porque não inclui auxiliares de limpeza, auxiliares de biblioteca, entre outros; retira direitos e benefícios, prejudica trabalhadores e desmantela a educação pública e a rede de apoio ao colocar em extinção cargos do magistério (Professor de Educação Especial, Diretor, Coordenador, Orientador Pedagógico), cargos da Equipe de Orientação Técnica (Psicólogo, Assistente Social, Fonoaudiólogo etc) e cargos do apoio (Zelador Escolar, Merendeira etc); transforma o cargo de professor em “cargo amplo”, com perda de especificidades e possibilidade de alteração de carga horária a critério da SE, independente da vontade do professor.  Os critérios de progressão horizontal são injustos, desiguais e impraticáveis. Em resumo, trata-se de um projeto que, a despeito de apresentar ganho “imediato” real para um segmento específico, trará prejuízos – principalmente a médio e longo prazo – para todos os trabalhadores da educação indistintamente e para a educação pública municipal.

Muita propaganda enganosa tem sido veiculada e ações coercitivas têm sido praticadas para que os trabalhadores esqueçam suas próprias propostas e apoiem o projeto do governo. Na semana passada, sob manifesta orientação do governo, algumas pessoas começaram a passar um abaixo-assinado cuja pretensão anunciada seria a contestação da realização da assembleia do dia 08 de novembro e solicitação de um novo processo de consulta. A organização desse abaixo-assinado contestando uma assembleia que ocorreu de maneira legal e legítima já representava por si só uma afronta ao direito de livre organização dos trabalhadores, à autonomia sindical e à democracia. Os inúmeros relatos sobre as formas utilizadas por algumas pessoas para recolher assinaturas expõem em carne viva a intolerância e a aversão ao processo democrático.

Sabemos que muitos trabalhadores subscreveram o abaixo-assinado acreditando na enganosa informação de que teria havido vícios no processo de decisão, que novamente rejeitou a proposta do governo. Porém, certas pessoas afeitas a acordos de gabinetes, jeitinhos e ganhos pessoais em detrimento da coletividade continuam achando que os seus fins pessoais justificam os meios e os prejuízos à educação e aos demais trabalhadores. Tais pessoas (que organizaram em conjunto com membros do governo um grupo que se autointitula “grupo do sim”), ao contrário do que diziam pretender, passaram a utilizar as assinaturas recolhidas não para solicitar uma nova consulta, mas para dar apoio político ao governo pra que este envie à votação na Câmara o projeto rejeitado pela categoria. Mais do que má-fé, tal atitude configura-se um golpe realizado contra o conjunto dos trabalhadores, contra a educação e contra a democracia.

Precisamos ficar atentos! Querem dividir e quebrar a unidade dos trabalhadores! O fato de existir um grupo de pessoas que colocaram seus projetos pessoais e ganhos individuais acima dos interesses coletivos e em detrimento da educação pública não significa que existe o "grupo do não", supostamente constituído por "extremistas radicais", como alguns andam maldizendo.

Se de um lado há esse "grupo do sim", de outro há todo o conjunto dos trabalhadores da educação que não se permitem às ações golpistas, às práticas assediosas e autoritárias; que não se leiloam a projetos político-partidários e não formam nem grupo nem partido, apenas continuam na defesa dos direitos e das conquistas coletivas; que respeitam o processo democrático e a construção coletiva do projeto de Estatuto elaborado pelos trabalhadores em mais de dois anos de intenso debate; que não se rendem a cantos e (falsos) encantos do momento; conjunto de trabalhadores que, comprometidos com a educação pública de qualidade, persistem incansavelmente na luta cotidiana por ela, sem negociar princípios, por isso continuam de cabeça erguida e mente tranquila.

A história nos mostra que toda traição tem um custo elevado para quem a pratica, e mais cedo ou mais tarde ela cobra seu preço.

Apesar disso, o conjunto dos colegas do “grupo do sim” não são nossos inimigos – o inimigo dos trabalhadores e da educação é o projeto de estatuto governista. Continuamos sendo solidários às questões específicas de cada segmento, mas não podemos deixar de dizer que o golpe contra a assembleia trará graves prejuízos à educação e aos trabalhadores. Nenhum ganho pessoal compensará esses prejuízos!  Por isso, fazemos um chamado à coerência, ao respeito ao processo democrático e à unidade em defesa da educação pública e do conjunto dos trabalhadores da educação, conjunto este que todos nós fazemos parte. Os governos passam, os trabalhadores permanecem! Diga NÃO ao projeto de estatuto da exclusão!!! NENHUM TRABALHADOR FORA, NENHUM DIREITO A MENOS!!! SOMOS TODOS EDUCADORES!


DIA 21/11/2013, QUINTA-FEIRA, ÀS 08H000 - TOD@S À CÂMARA MUNICIPAL PARA MAIS UMA VEZ IMPEDIRMOS O DESMONTE DA EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL, OS RETROCESSOS E AS PERDAS DE DIREITOS.  

Membros da Comissão Setorial da Educação

Oposição Sindical dos Servidores – Independente, Classista e de Luta



(Apoio: Apeoesp/ SBC; Intersindical ABCDMRR)


Diferentes momentos da organização e luta dos trabalhadores da educação: assembleias, plenárias, reuniões, passeatas, paralisação, Congresso... 










segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Estatuto dos Profissionais da educação: Novos ataques contra os trabalhadores

“1968 – o ano que não terminou”
     
Durante esta segunda-feira, tivemos acesso a inúmeros relatos de gestores que teriam recebido telefonema de chefias imediatas questionando-os se votaram a favor ou contra o projeto do governo na assembleia dos profissionais da educação - os relatos afirmam, também,  que tais chefes perguntaram quem mais na escola havia votado contra o projeto do governo e teriam determinado que os gestores passassem e fizessem os trabalhadores assinar um abaixo-assinado que questiona a legitimidade da assembleia realizada pelo Sindserv ao dia 08 de novembro de 2013. Em comum em todos os casos relatados, foi o fato de as referidas chefias terem solicitado falar com o coordenador pedagógico, e não com o diretor escolar, como de costume. Também recebemos relatos de professores e funcionários que afirmam que foram coagidos a assinarem o documento; que assinaram por pensar que se tratava de outro assunto (em uma das escolas o gestor teria afirmado que se tratava de um abaixo-assinado reivindicado aumento salarial; em outra escola, uma professora relatou que ao se dar conta do que realmente se tratava o tal abaixo-assinado, solicitou ao gestor que excluísse seu nome, e o mesmo não permitiu); e ainda que assinaram por terem sido informados erroneamente sobre a assembleia (em duas escolas, os gestores teriam afirmado que a votação teria sido fraudada - em uma delas, afirmou-se que foram contabilizados votos de parentes de funcionários; em outra, afirmou-se que houve funcionários que votaram duas vezes pela rejeição do projeto do governo). 
     Orientamos a todos os gestores, professores e funcionários que se sentiram coagidos a passar ou assinar o referido documento que procurem o Sindserv ou até mesmo o Ministério do Trabalho e denunciem tais fatos, pois os mesmos podem se configurar assédio moral - prática inadmissível, e ilegal!


Saudades do AI-5?


     Declaradamente estimuladas pelo governo e motivadas por interesses estritamente individuais, além de desrespeitar os trabalhadores ao fazer uso de coação, de mentiras ou outras artimanhas para obrigar os trabalhadores assinarem, as pessoas que estão à frente da organização deste abaixo-assinado desrespeitam de um modo sem precedentes o processo legal de decisão coletiva e os direitos trabalhistas – não apenas pelo questionamento infundado ao resultado da assembleia e a sua legitimidade, como também porque reivindicam que o governo intervenha na organização do sindicato, o que fere o princípio da autonomia e da livre organização sindical, a Constituição federal e a Convenção da OIT. Com tal atitude eticamente questionável, tais pessoas demonstram imaturidade e aversão à democracia e – em longo prazo – armam arapucas contra si mesmas.

Afinal, como ocorreu assembleia do dia 08 de novembro?!

     A legislação trabalhista apregoa que decisões a respeito das questões de interesse coletivo dos trabalhadores devem ser tomadas em assembleia da categoria, com antecedência mínima de 24 horas (em caso de assembleia extraordinária) e ampla divulgação. A assembleia começou a ser divulgada com mais de duas semanas de antecedência, e precedendo-a houve a publicação de boletins (impresso e eletrônicos) específicos do sindicato e boletins de trabalhadores com reflexões sobre a proposta do governo. Também ocorreram as plenárias convocadas pelo sindicato para debater as questões propostas. 
     As pessoas que agora questionam a data de realização da assembleia, em nenhum momento anterior fizeram tal questionamento. Muito pelo contrário: do primeiro dia da convocação até o momento em que julgavam estar em maioria durante a assembleia, clamavam pelo respeito a ela, gritavam "vivas" à democracia e alertavam que todos deveriam respeitar e acatar a decisão soberana da assembleia. Isso porque estavam certas de que afinal de contas fariam aprovar o projeto do governo que, com uma caravana de dezenas de comissionados, engrossou a fileira dos que votariam favoráveis ao seu projeto.
     Passados os momentos de defesa das propostas - em que três trabalhadores, de forma intercalada, argumentaram pela rejeição ao projeto governista e outros três argumentaram a favor do projeto do governo -, procedeu-se ao processo de votação, no qual os trabalhadores optaram entre duas propostas: rejeição ou aprovação ao projeto do governo. A votação ocorreu três vezes, todas elas fiscalizadas pelos representantes do "Não" e do "Sim".
1ª - Solicitou-se que os contrários à proposta do governo levantassem a mão; e em seguida solicitou-se que levantassem a mão os favoráveis. Houve dificuldade em aferir o resultado pelo contraste visual e dificuldade em determinar, entre os presentes, quais pessoas de fato eram ou não trabalhadoras da educação.
2ª - Buscando ainda aferir a decisão da assembleia por contraste visual, solicitou-se que os trabalhadores contrários à proposta do governo permanecessem em um extremo da arquibancada; que os favoráveis à proposta permanecessem em outro extremo; e que eventuais parentes e outras pessoas que não fizessem parte da Educação permanecessem ao centro. É importante ressaltar que, feito isso, já foi possível perceber que os contrários ao projeto do governo estavam em maioria. Somente neste momento alguns trabalhadores favoráveis ao governo, sendo estimulados por comissionados, passaram a gritar palavras de ordem contra a assembleia que até então consideraram legal e legítima.
3º - Ainda na incerteza quanto ao contrate visual, decidiu-se realizar a contagem individual dos votos: os trabalhadores contrários à proposta do governo passaram por um portão no extremo da quadra e os favoráveis passaram por um portão do outro lado - sendo solicitada a todos a “identificação funcional”. A contagem foi realizada por um diretor do sindicato, com fiscalização de um representante de cada proposta.
     Contabilizados os votos, constatou-se que NOVAMENTE os trabalhadores rejeitaram por 326 a 261 o projeto do governo.
     A condução e votação da assembleia ocorreram de forma objetiva, transparente e idônea, não havendo possibilidade de dúvidas quanto ao seu resultado.

     Esta foi pelo menos a sexta vez, desde 2010,    que o conjunto dos profissionais da educação diz não ao projeto governista de desmantelamento, partidarização, terceirização da educação pública municipal e de retirada de direitos dos trabalhadores; esta foi pelo menos a sexta vez que, reunidos em assembleias ou respondendo a consultas realizadas pelo governo e pelo sindicato, o conjunto dos profissionais da educação reafirmou os princípios norteadores do Estatuto elaborado pelos educadores e aprovado no Congresso dos Trabalhadores e das Trabalhadoras da Educação Pública Municipal: ‘NENHUM TRABALHADOR FORA, NENHUM DIREITO A MENOS! SOMOS TODOS EDUCADORES!”.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Síndrome de Estocolmo


 “Engana-me que eu gosto”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 1)

O governo, que não cumpre a lei atual, é alçado à condição de herói ao prometer que a cumprirá mediante a aprovação de uma nova lei que, pela ausência de previsão de regulamentações em seu projeto de estatuto, continua mostrando-se disposto a não cumprir.

“Submeter-se ao projeto de estatuto do governo porque o atual ‘não funciona’”...
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 2)


Não é o estatuto atual que não funciona simplesmente assim: é que o governo não o cumpre! Se cumprisse, estaria em funcionamento. Mas o governo q não cumpre o estatuto atual apresenta a solução para os nossos problemas: aprovar uma nova lei - que desmantela a educação e prejudica trabalhadores - prometendo que (desta vez?) começará a cumprir... Q lógica estranha...

Oras, o que é uma falta injustificada?...”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 3)

Uma única falta injustificada. Nada mais que isso. Uma única falta injustificada prejudicará a carreira toda, pois impossibilitará o profissional de chegar ao topo achatado da carreira, mesmo após trinta anos de serviço. Não há nada de errado com esse critério... Para quem conta com as previsões de Nostradamus e tem a certeza de que em tinta anos jamais terá uma falta injustificada... Ahhh, sim! Mas a falta pode ser justificada junto ao Rh! E quem decide se a falta será justiçada ou não? O patrão!


Pela proposta do governo, falta injustificada é...”

O que é uma falta injustificada? Uma falta injustificada é, na proposta do governo, o castigo irrevogável para o profissional que, por mais cursos de aperfeiçoamento e formações que venha a fazer ao longo da vida, jamais conseguirá alcançar o topo achatado da carreira. Pelo conjunto da obra, a proposta do governo é muito pior do que o estatuto atual. Há que se pensar não apenas em ganhos imediatos! Ganhos estes que não serão para todos, como falsamente estão alardeando. Para a maioria dos profissionais - e entre estes a grande maioria dos professores, significará trocar seis por meia dúzia, e ganhar de graça um cabresto e ainda mais responsabilidades e serviços! Precisamos pensar para além dos ganhos imediatos de um ou outro segmento. Precisamos colocar na balança o que representa para a educação e para o conjunto dos trabalhadores essa proposta reapresentada. E não há duvidas de que as perdas e os retrocessos superam de longe os supostos benefícios.

Uma proposta que não seria ‘tão horrível assim’”
(Ou: “Síndrome de Estocolmo” – 4)

Buscando convencer os trabalhadores de votarem favoravelmente à proposta do governo (já rejeitada dezenas de vezes), alguém anda dizendo que "a proposta da administração não é TÃO horrível assim". O que estará por trás desse argumento raso e ao mesmo tempo revelador?... Mistério? Nem um pouco! Mas nos limitemos ao que está explícito: "não é TÃO horrível". Pois bem: não ser "tão horrível" não a torna uma boa proposta! Talvez a proposta do governo não seja imediatamente “tão horrível” para algum segmento específico, mas o fato é que é horrível para a educação e para todos os trabalhadores sem eu conjunto, sem distinção. Desta forma, precisamos continuar rejeitando-a. Não podemos deixar que interesses particulares imediatistas sejam colocados acima dos interesses coletivos e da qualidade da educação.

Seis por meia dúzia...”
(Ou: “Perdoa-me por te traíres”)

Com o fim da GLE e do abono assiduidade, a proposta do governo continua significando para a maioria dos trabalhadores trocar seis por meia dúzia. Alguns poderão ter até mesmo perdas! Passando os efeitos do canto de sereia, restará o afogamento nos ganhos líquidos. Até porque não é todo mundo que tem progressão atrasada para receber... Será um susto... Dirão que foram enganadas. E foram. Mas terão sido porque se deixaram.


P.s: Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu raptor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. Pode ser também chamado assim uma serie de doenças psicológicas aleatórias.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Perspectivas de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores da educação

Caras (os) colegas, 

Não vamos nos esquecer de que tb nós, da comissão, somos trabalhadores da educação; e como trabalhadores temos tanto a perder como qualquer outro trabalhador com a aprovação da proposta do governo. Como trabalhadores, educadores e profissionais da educação que somos também buscamos as melhores condições de trabalho e as melhores condições de salário que todos buscam, o que é justo e é de direito. Acontece que, por consciência e coerência de classe, não colocamos ganhos individuais imediatos  acima do coletivo, e em detrimento de prejuízos aos trabalhadores e à educação.

O fato de algum segmento específico, ou alguns trabalhadores, terem um ganho salarial imediato não significa que a proposta de estatuto do governo é boa para a educação e para os trabalhadores em seu conjunto. Para além dos chavões desgastados do tipo "digladiar em busca de holofotes políticos"e "disputa partidária" (entre outras expressões de caráter semelhantemente preconceituosa, leviana, e - queremos acreditar! - ingênua!), considerando a formação profissional que somos, todos temos condição de compreender que o que está em jogo não passa nem perto disso, e está bem distante do que um aumento de 10% (que para grande maioria não significará mais do que trocar seis por meia dúzia, devido ao fim das gratificações e abonos - e para muitos inclusive haverá perdas salariais, considerando os ganhos líquidos). 

A posição da comissão - que não se autoproclamou, e sim foi eleita em assembleia - continua sendo exatamente a mesma, desde sempre. Procurem ler os boletins anteriores, todos os informativos e todos os comunicados. Certamente não se encontrará absolutamente nada que fale em defesa da manutenção de funções gratificadas nem muito menos contra a mudança de progressão das CPs, proposta defendida por todos da comissão - e aprovada pelos profissionais - no Congresso dos trabalhadores. 

Lembramos que, no Congresso, os trabalhadores poderiam e tinham argumentos para aprovar uma proposta bem melhor (a de equiparação das referências das CPs com as dos diretores), no entanto as próprias CPs delegadas no Congresso retiraram essa proposta. 

A mudança de referência é uma promessa feita pelo governo desde antes do primeiro e único concurso realizado para este cargo, e o governo não o fez porque não quis, e não porque comissão ou sindicato teriam sido "contrários" - se nossa opinião, assim como a opinião dos trabalhadores - valesse alguma coisa para o governo que aí está, a proposta de estatuto construída pelos trabalhadores já estaria aprovada e em execução pelo menos desde maio de 2012!

Se a vontade dos trabalhadores significasse algo para esse governo, ele não apresentaria pela quarta vez uma proposta de estatuto rejeitada pela categoria. Quem está enrolando a nós, trabalhadores, é o governo, que faz e descumpre promessas; e não cumpre leis - e agora diz que para cumprir a lei atual precisa mudar ela. Que lógica há nisso? Se não cumpre a lei existente, quem garante que cumprirá a lei posterior? Aliás, os inúmeros artigos (incluindo os das progressões) que estão em aberto  sem data para regulamentação e sem definição correta de quem os regulamentará comprovam a falta de disposição desse governo quanto ao cumprimento de possíveis benefícios. Neste sentido, a proposta do governo sofre dos mesmos defeitos da lei atualmente existente: falta de regulamentação, pois não há data prevista para que ocorram...  assim, governo após governo, passam partidos e entram partidos, aprovam-se e revogam-se estatutos... e nossos direitos, duramente conquistados, continuam sendo negados. A única proposta que tem todas as regulamentações necessárias previstas e bem definidas é a proposta de estatuto aprovada no Congresso, ou seja, é a proposta dos trabalhadores! 

Só fazendo um parêntesis:  a respeito daquela reunião das CPs com a secretária de educação, que dizia ter pronto um projeto de mudança de referências para as CPs: de fato representantes da comissão e do sindicato estiveram presentes, e não! não falaram que eram contra a mudança de referência para as CPs: falaram que a posição da representação dos trabalhadores (no caso direção e comissão) era em defesa das propostas aprovadas no Congresso, e que estávamos entrando num momento de negociação coletiva; que, mesmo discordando de negociações em separado qualquer segmento de trabalhadores tinha liberdade de sentar com quem quisesse e fazer autonomamente as suas reivindicações; e, por fim, afirmamos que, de qualquer forma, independente de negociação coletiva, era prerrogativa do governo enviar projetos de lei para votação na Câmara. E continua sendo! Pelo menos é o que estabelece a Lei Orgânica do Município... Então, o governo não enviou o projeto porque, astutamente e de forma mal-intencionada, preferiu engavetá-lo para continuar usando essa promessa como moeda de troca. 

O irônico é que a opinião dos trabalhadores nem foi considerada pelo governo quando desmantelou de forma desrespeitosa os programas educacionais; quando criou a SBCPrev (autarquia que elevou exorbitantemente os gastos com os recursos da nossa aposentadoria); quando mudou a lei sobre o Estágio probatório (beneficiando comissionados e prejudicando trabalhadores); quando continuou terceirizando na SU, na Saúde, na Educação; quando repassou 5 milhões e 600 mil reais do nosso Fundo de Previdência Municipal (dinheiro dos trabalhadores) para empresa privada. etc Agora, há ainda quem continue acreditando no discurso do governo, de que não colocou em votação o suposto projeto de mudança de referência das CPs porque teria respeitado o processo de negociação coletiva....  

Mas, de fato, por que agora estamos falando em "Mudança já das referências das CPs" e naquele momento falamos que o caminho era o da negociação coletiva? Justamente porque acabávamos de sair de um processo de mais de dois anos de discussão e elaboração coletiva, envolvendo todos os profissionais de todos os segmentos da educação, e tínhamos acabado de aprovar uma proposta de estatuto construída pelos trabalhadores em um Congresso com representantes eleitos de todas as escolas e de todos os segmentos profissionais a educação. Os antigos de casa sabem o que significou nessa rede as tais negociações em separado em detrimento e desrespeito a processos democráticos e coletivos... Aliás, a criação do cargo de CP com salário de PAP, ou seja, com salário de função gratificada - é fruto de acordo de gabinete, fechado entre governo e grupos isolados de PAPs). 

Só para situar: terminado o Congresso dos Trabalhadores, havia o compromisso do governo de realizar as negociações coletivas até no máximo maio de 2012, retroagindo o que seria aprovado para janeiro daquele ano! Nesta perspectiva, todos os trabalhadores seriam beneficiados, incluindo as CPs. 

Contudo,o que aconteceu e principalmente o que não aconteceu desde então todos nós sabemos. 

Então o que mudou?

A negociação coletiva mostrou-se uma verdadeira enrolação por parte do governo! Uma farsa criada pelo governo! Está mais do que explícito para todos os trabalhadores que a negociação coletiva, por parte do governo, jamais existiu! Este governo não quer e não tem competência para discutir seriamente a proposta de Estatuto aprovada no Congresso! 

A suposta negociação revelou-se uma armação para sufocar e vencer pelo cansaço os trabalhadores, a ponto de chegar um momento de desespero em que desanimados, cansados e aviltados, os trabalhadores acabem se submetendo ao projeto indecoroso de desmonte da educação e de perdas de direitos. O projeto do governo foi rejeitado dezenas de vezes pela categoria que, desrespeitando todos os processos de decisão - até mesmo os realizados por ele mesmo, como a consulta de dezembro -  o reapresenta, numa demonstração de teimosia e birra nunca antes vivida por este país nos últimos.... desde que Cabral aportou em nossas praias, cremos!

Neste contexto de esgotamento das possibilidades de negociação real e efetiva da proposta construída pelos trabalhadores, e diante dos incontáveis prejuízos contidos na proposta do governo, os profissionais precisam garantir os direitos já existentes, e lutar pelo seu cumprimento! Entendemos que a mudança de referência das CPs deve ser concretizada sim, mas não ao custo da aprovação do projeto antieducação e antitrabalhador que o governo quer impor!

Retirada de direitos: é isso o que o governo faz quando condiciona a chegada naquele topo de carreira achatado ao trabalhador jamais ter nenhuma falta injustificada (lembrando que quem avalia se a falta será ou não justificada é o próprio governo!). É tb perda de direitos quando o governo exclui a evolução baseada no tempo de serviço, como se não agregasse em nada para a qualidade da educação o profissional ter 1 dia ou 30 anos de carreira! Mais do que isso: o governo desvaloriza, assim, a experiência, como se no exercício de nossas funções não construíssemos conhecimentos! Ou alguém aqui acha mesmo que conhecimento só se adquire e só se constrói nos bancos das academias, das faculdades, nos cursos, nas etc?

Os critérios para progressão horizontal não são simplesmente "mais exigentes"; são abusivos, são aviltantes! Aceitá-los significa aceitar um cabresto! Assim como as funções gratificadas, principalmente na forma pretendida pelo governo, são sim formas de transformar as escolas em curral eleitoral! Aliás, era exatamente isso que o governo anterior (do psdb) tb fazia muito bem com as funções gratificadas (as quais sempre nos posicionamos contrários! E as quais os trabalhadores rejeitaram em prol dos cargos concursados (fato que levou à criação do cargo de CP). Quando falamos que os trabalhadores em funções comissionadas ficarão à mercê dos governos, não estamos n subestimando a inteligência deles, nem estamos tratando-os como imbecis, como desrespeitosamente a colega alega (Aliás, o conteúdo de um texto não se resume em suas palavras de ordem: no texto que encaminhamos está mais do que explícita a preocupação com a situação de todos os professores, com a precariedade das condições de trabalho e com os prejuízos à qualidade (já bastante gasta) da educação. 


Ainda quanto à indicação como forma de acesso às funções gratificadas (e não estamos falando apenas de gestão!): vejamos exemplos de cidades como Santo André: a cada mudança de governo, a cada mudança de partido no governo... começam as danças das cadeiras nas escolas! Isso não é projeto de educação! Isso não é projeto de estado! É projeto partidário para se manter indefinidamente no poder! É projeto econômico , que aprofunda a terceirização e a privatização do ensino público. Ironia: a forma de acesso à gestão tb será terceirizada! O quadro de apoio operacional já está quase completamente terceirizado! O acesso às funções gratificadas será! Os professores... Os professores já estão sendo tb (vide projeto Tempo de Escola). A questão da inversão da matrícula - está mais do que esclarecida - não é possível legalmente, considerando a lei 1729/68.

Quanto aos professores, obviamente precisamos destacar a extinção dos cargos de professor de educação especial e da EOT! Pois são técnicos e especialistas que possuem formação especifica e aprofundada para lidar com as variadas deficiências e necessidades especiais. O que se aponta, em termos de condição de trabalho, para os professores da educação básica atuai? Além de perderem a especificidade da faixa etária que atuam (passando a ficar "disponíveis" a qualquer modalidade, da pré-escola ao EJA), o que se aponta em termos de condições de trabalho? Eles contarão cada vez menos com a pareceria de professores especialistas e de psicólogos educacionais, fonoaudiólogos educacionais, etc! Ou será que todos acreditam mesmo que um curso generalista de cerca de 300 horas oferece condições para que os professores assumam o ensino e o atendimento educacional especializado de forma  a efetivar os apoios necessários? Nem mesmo o curso oferecido pela FAFE/USP! Perguntemos aos professores que fizeram a pós de Educação Inclusiva quantas aulas tiveram de Soroban, de Braille, de Libras!!!  Não estamos colocando em dúvida a capacidade dos professores! Mas sabemos que a formação generalista é extremamente insuficiente para o adequado atendimento educacional especializado cuja atuação, aliás, passará a ser oferecida aos professores formados pela FAFE/USP, por exemplo.

Sobre os substitutos: O plano de carreira proposto  tb possui critérios abusivos que tornam a evolução impraticável. Além disso, os professores serão tratados como se tivessem sido contratados agora! Todos os anos trabalhados anteriormente serão simplesmente apagados da história para fins de evolução funcional! Isto é aceitável? É justo? A forma de equiparação proposta pelo governo manterá a defasagem. A transposição do regime estatutário para o celetista é legal e possível (Suzano, aqui do lado, recentemente fez! Tatuí tb!). E os professores substitutos prestaram concurso público, na modalidade seleção pública, para ocuparem seus cargos! Só não poderia haver a transposição caso tivessem acessado seus cargos por contrato temporário, ou qualquer outra forma (tipo "Q.I")... Tem ainda, neste ponto, o problema dos módulos? Pois bem... se cada escola terá um número predeterminado (e irrisório) de professores efetivos estatutários para realizar a substituição, onde ficarão lotados os professores substitutos celetistas? Mistério... E pelos módulos, cada escola que se vire com suas faltas.... Faltas Abonadas nunca mais...

A situação do professor que fez concurso para estatutário e assumiu como substituto celestista é um exemplo concreto de transposição de regime recentemente praticado pela municipalidade. já a situação do professor que fez apenas um concurso e tem duas matrículas é totalmente diferente (e ilegal, ou não?). Ambas as situações, no entanto,  não tem relação alguma com a totalidade dos professores que prestaram concurso específico para substituição. Pergunta-se: todos os professores substitutos desejam se tornar estatutários? Provavelmente não; porém, lembramos que a possibilidade de mudança de regime foi aprovada no Congresso dos Trabalhadores, desde que sob a anuência do professor (ou seja, respeitando os seus desejos, isto é, sem imposições).

Quanto à afirmação da colega sobre as funções gratificadas: da maneira como foi escrita possibilita entendimento dúbio, por isso perguntamos a quem a colega estava se referindo quando diz "quando estavam na função de PAP e PAPE (...) não houve manifestação em contrário (...), houve defesa da manutenção destas funções". De nossa parte, lembramos os membros da comissão, assim como o conjunto dos trabalhadores, por inúmeras vezes em assembleia (e no Congresso dos Trabalhadores) votaram contra as funções gratificadas e continuam defendendo concurso público para todos os cargos. Agora, uma coisa é criticar a forma desrespeitosa com que o governo atual tratou os professores quando, em 2009, desmontou os programas educacionais; outra coisa é confundir essa crítica com defesa de função gratificada...

Por fim, também somos vítimas da crítica situação de achatamento salarial a que (ano após ano, governo após governo) estão submetidos todos os trabalhadores da educação, assim como todos os servidores públicos municipais. Reconhecemos que a remuneração das CPs não condiz com as atribuições e profundas responsabilidades do cargo, no entanto, nenhum ganho salarial imediato condicionado à aprovação do projeto do governo compensará as perdas e os retrocessos históricos que terão os trabalhadores e a educação pública municipal. Por isso, reafirmamos:

É hora de garantirmos nossa dignidade e conquistas!

TODOS À ASSEMBLEIA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
SEXTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO ÀS 19H
GINÁSIO POLESPORTIVO DA KENNEDY


Concurso público para todos os cargos! Mudança já das referências das CPs, sem vincular à aprovação de outro estatuto! Isonomia salarial para professores substitutos, com pagamento dos retroativos! Regulamentação do Estatuto vigente para que os profissionais do quadro do apoio educativo, administrativo e operacional também tenham garantido o direito à evolução funcional! Pagamento já das progressões atrasadas! Não à exclusão! Não aos retrocessos e à retirada de direitos! Não ao cabide de empregos no serviço público! VAMOS NOVAMENTE DIZER NÃO AO PROJETO DE ESTATUTO DO GOVERNO MARINHO!




NENHUM TRABALHADOR FORA, NENHUM DIREITO A MENOS!

     O projeto governista de Estatuto dos Profissionais da Educação continua essencialmente o mesmo, rejeitado inúmeras vezes pelos trabalhadores. Apresenta retrocessos à educação e aos profissionais: retira direitos; piora as condições de trabalho; traz prejuízos à carreira e à aposentadoria; aprofunda a terceirização e a privatização do ensino público; desmonta  a rede de apoio à inclusão com a extinção dos cargos da EOT e de Professor de Educação Especial; transforma o cargo de professor em “cargo largo”, acabando com as suas especificidades, sobrecarregando-os com múltiplas funções e responsabilidades; partidariza a gestão escolar e as escolas (e aprofunda a falta de professores nas salas) ao criar funções gratificadas com indicação pela SE; cria uma carreira achatada e com salários não condizentes, e abusivos critérios de progressão que tornam a evolução funcional impraticável e  fere o direito à paralisações, transformando educação e educadores reféns dos governos da ocasião.
     A mudança de referência (prometida desde 2009), a vinculação da aprovação de sua proposta ao pagamento de progressões atrasadas e a equiparação salarial (obrigações legais descumpridas pelo governo) nada mais são do que um canto de sereia. A execução dessas promessas e das leis existentes não depende da aprovação de um novo estatuto! Ao não cumprir as promessas anteriores e a lei existente, e ao usá-las como moeda de troca, o governo sequestra os direitos dos trabalhadores, cujo resgate seria a submissão a uma proposta de estatuto que prejudica os trabalhadores e desmantela a educação pública municipal, afetando a qualidade do ensino e, assim, milhares de crianças, jovens e adultos de nosso município! É um projeto pior do que o Estatuto em vigência!

É hora de garantirmos nossa dignidade e conquistas!

TODOS À ASSEMBLEIA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
SEXTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO ÀS 19H
GINÁSIO POLESPORTIVO DA KENNEDY

Concurso público para todos os cargos! Mudança já das referências das CPs, sem vincular à aprovação de outro estatuto! Isonomia salarial para professores substitutos, com pagamento dos retroativos! Regulamentação do Estatuto vigente para que os profissionais do quadro do apoio educativo, administrativo e operacional também tenham garantido o direito à evolução funcional! Pagamento já das progressões atrasadas! Não à exclusão! Não aos retrocessos e à retirada de direitos! Não ao cabide de empregos no serviço público! VAMOS NOVAMENTE DIZER NÃO AO PROJETO DE ESTATUTO DO GOVERNO MARINHO!

Oposição Sindical dos Servidores – Independente, Classista e de Luta

(APOIO: APEOESP/ SBC; INTERSINDICAL ABCDMRR)



Ouça os áudios das plenárias sobre o estatuto, compartilhe, divulgue, debata com seus colegas de trabalho e vamos todos juntos à assembleia. Na luta por um estatuto para todos os trabalhadores da educação: